domingo, 31 de março de 2013

The Versatile Blogger Award

Mais um selo de uma amiga 
Obrigada Amanda do blogue http://amandatrindadepalavrasaovento.blogspot.com.br/

E as regras são as seguintes:
Dizer 7 coisas sobre mim mesma, e passar o selo para 5 blogues.
As 7 coisas sobre mim, (acho que já me estou a repetir face a outros selos)

1 -  gosto de ler
2 -  gosto de escrever
3 -  gosto do outono
4 - sou amiga da natureza
5 -  gosto de amizades verdadeiras
6 - gosto de viajar
7 - chocolate preto (quanto maior a percentagem de cacau melhor)


Os blogues que me visitam e que acompanho são todos eles fantásticos, como já referi anteriormente, pelo que considerem-se todos, mais uma vez, participantes desta minha oferta



quinta-feira, 28 de março de 2013

Selo da Primavera

Mais um selo

As regras são: 

1. Referir quem vos deu o selo
2. Postar uma foto de uma pilha com as cores do arco-íris.
3. Passar o selo a 10 blogs super-hiper-mega coloridos!


1. Quem me ofereceu o selo foi um amigo que tem apoiado bastante este meu espacinho no mundo virtual, obrigado amigo 
http://leiturasdofiachaocorvonegro.blogspot.pt/

2. Tentei tirar uma foto a um conjunto de livros que de alguma forma pudessem traduzir o espectro do arco-íris, mas na maioria dos casos as lombadas não são tão coloridas assim, paralelamente também coloquei o espectro dos brancos, pretos e cinzas, espero que gostem :)


3. Os blogues que me visitam e que acompanho são todos eles fantásticos, pelo que considerem-se todos participantes desta minha oferta.


quarta-feira, 27 de março de 2013

Lenda da Ursa Maior


Naquela noite o céu estava cheio de estrelas, podiam-se ver todas as constelações. Eu, com a mão enfiada na grande mão do meu pai, ouvia-o extasiada. Ele sabia todas as histórias daquele céu iluminado de pequenos pontos brilhantes no espaço.
- Vês, ali está a … - e esperava que eu completasse
-Ursa Maior, essa eu já conheço! – dizia, inchada com a minha sabedoria. – Conta a história outra vez, por favor.
Ele ria-se, porque já contara aquela história montes de vezes. Mas eu gostava de ouvir a sua voz forte, na noite, transportando-me para bem longe, algures no firmamento, onde aquelas estrelas brilhantes se transformavam em deuses e deusas que povoavam o meu imaginário.
Tudo estava silencioso, quando a sua voz soou bem junto de mim. Encostei-me e ele passou o seu braço por cima dos meus ombros, puxando-me para junto dele.
- Há muito, muito tempo… - começava ele.
- Tanto tempo, que os seres humanos já esqueceram que os Deuses habitavam entre nós. – continuava eu, com a minha voz infantil.
- Sim, eram tempos magníficos, esses. Os Deuses eram caprichosos, e gostavam de ser idolatrados, mas o mundo era pacífico e a vida bela. Quis o destino que Zeus, o Deus dos céus e do trovão, o pai de todos os Deuses e dos Homens, segundo os povos gregos da altura, encontrasse Calisto, a bela ninfa dos bosques e companheira de Artemis, e se apaixonasse por ela.
- Artemis – continuava eu, falando da minha deusa favorita – era a deusa da vida selvagem e da caça. Dizia-se que era a mais pura das deusas, irmã gémea de Apolo, deus do Sol e da verdade. Era filha de Zeus e recebeu um presente dele que era um arco, flechas e uma lira em prata. O seu pai concedeu-lhe o título de rainha dos bosques e deu-lhe uma corte de ninfas, onde qualquer mulher ou rapariga poderia pertencer, desde que lhe fizesse um juramento de fidelidade e não mais ligar aos homens, quem fosse caçadora de Artemis ganhava a imortalidade.
O meu pai sorria docemente e continuava:
- Pois é como contas, Calisto era uma das ninfas de Artemis. Zeus tinha muitos filhos de muitas mulheres, apaixonava-se facilmente, mas quando conheceu Calisto ficou apaixonado pela sua beleza e para se aproximar dela, fingiu ser Artemis. Desta união, nasceu um filho a quem puseram o nome de Arcas. No entanto Hera, esposa de Zeus ficou tão zangada que transformou Calisto numa ursa, afastando-a para sempre do seu filho. Anos mais tarde, encontraram-se e cheia de saudades Calisto quis abraçar Arcas, no entanto este pensando que iria ser atacado por uma ursa gigantesca preparou-se para a matar. Zeus ao ver a situação criada entre mãe e filho, interveio e conseguiu impedir o assassino de Calisto, transformando o filho num pequeno urso e colocou-os nos céus. Hera não satisfeita, empurrou-os para junto do polo norte onde as estrelas são sempre visíveis. Desta forma nunca mais teriam descanso.
Eu não me cansava de ouvir esta história, pois adorava Artemis e sonhava que era uma das ninfas que a acompanhava por todos os recantos dos bosques e prados sob a luz prateada da Lua.  
 
 


Este texto foi escrito por mim, com base na informação e imagem disponível em




segunda-feira, 25 de março de 2013

Mais um selo



Entre amigos, os selos vão correndo.
Desta vez mais um selo oferecido por dois amigos que são visita assídua deste meu cantinho



As regras são pequenas e bem fáceis de cumprir
1-Colocá-lo no teu blog.
2- Referir o link( quem te enviou)
3- Dizer quais são as três coisas que mais gostas num livro e as três que mais odeias.
4- Passar o selo a 5 (ou mais blogs) que consideres de outro mundo

1 - já está....

2 - http://leiturasdofiachaocorvonegro.blogspot.pt/
                              e
    http://cronicasdemirime.blogspot.pt/

3 - O que mais gosto num livro é a história que ele contém e consequentemente as personagens, mas também gosto do tipo de escrita. O que menos gosto, é mesmo um livro sem história, e com uma escrita mais arrogante ou mesmo muito má.

4 - Fiacha, não leves a mal, mas vou aproveitar a tua ideia e passar este selo a todos os blogues que sigo ou que me seguem. 

Obrigado a todos 

domingo, 24 de março de 2013

Selo



Mais um selo oferecido por duas amigas:


"Amanda, vivendo nas leituras de 2013"



Muito obrigado pela vossa lembrança

Amanda Trindade: http://amandatrindadepalavrasaovento.blogspot.com.br/

e Carla Pisco: http://cronicasdemirime.blogspot.pt/

As respostas estão nos vossos blogues

domingo, 10 de março de 2013

Contos DN – Fase 1

Encontram-se disponíveis em formato digital no site do Diário de Noticias (DN) vários contos de autores portugueses em formato digital gratuitos, basta apenas registar-se e fazer o respectivo download. 
Apresento a minha opinião sobre aqueles que vou lendo. Esta primeira fase contempla um grupo de cinco contos .

 Afonso Cruz – A queda de um anjo


Sinopse: Uma octogenária descontente com o Paraíso, pois não tem junto a si a pessoa que mais ama, decide viajar para o Inferno. Para ela, o Paraíso pode ser infernal e, ao contrário, o Inferno poderá ser uma fonte de felicidade.

Primeira obra que leio deste autor e gostei muito. A escrita simples e cuidada, transmite-nos as sensações, as emoções da personagem, levando-nos a criar um elo de ligação com ela.

A descida ao Inferno através de sete patamares, á procura da pessoa que ama e da qual não quer estar separada, é vivida através de recordações do tempo em que a vida era sempre a dois, coisas simples e banais são recordadas com carinho e emoção. O autor consegue levar-nos a percorrer estas etapas criando uma empatia com a personagem.

Um texto divertido desde  o sétimo andar até ao r/c terminando de uma forma inesperada e que nos leva de novo ao sétimo para repensar toda uma vida da personagem.

Recomendo a sua leitura e quanto a mim, vou querer ler sem qualquer dúvida mais obras deste escritor que já me tinha sido recomendado, anteriormente, por um amigo.
Nota:  4,5/5 


João Barreiros – A Mina do Deus Morto


Sinopse : Algures nos anos sessenta do século passado, num universo que não é o nosso, mil metros abaixo das colheitas de volfrâmio nas Minas da Panasqueira realizadas pela companhia Beralt in Wolfram, existem outras minas, secretas, terríveis, brutais, onde se recolhe grão a grão as partículas que provam a existência e a agonia final de Deus: as Minas do Deus Morto.

Uma vez mais, as partículas divinas ou as partículas de Deus surgem como algo demasiadamente ambicionado pelo Homem. Neste conto, elas constituem pequeníssimos resquícios de pó de um Deus que morreu “há vinte e cinco biliões de anos, pela hora do chá”.

Numa Europa globalizada, dominada pela Alemanha, o ser humano vê-se reduzido a ser dominado pela tecnologia que lhe retira todas as suas faculdades mentais, dia após dia, ano após ano. Só quando desce ás profundezas da mina, em contacto indirecto com as partículas divinas, ele recupera as suas faculdades, os seus sonhos, que se vão no momento em que ele regressa á superfície.

Os temas abordados, não são novidades, as partículas de Deus, a  perca de identidade dos pequenos países europeus, transformação tecnológica que nos transforma em robots e  a descida ao abismo para encontrar  de novo a nossa “alma”, os nossos sonhos.  No entanto a escrita, não sendo simples, conseguiu prender-me e levar-me a ler com agrado todo o conto.

O final deixou-me a pensar em quantas vezes, nós passamos a vida a sonhar com algo, mas que completamente absorvidos pela sociedade e pelo progresso, não conseguimos concretiza-lo. Não sei se era essa a intenção do autor, mas foi o que em mim ficou.

Sem ser um conto excelente, é bom e recomendo. Fiquei curiosa em ler mais deste autor.
Nota 3/5



David Soares – No muro


Sinopse : No Muro é um conto que reflete sobre a finitude do conhecimento, através de um não-leitor que herda a coleção de livros do pai. Encontramo-nos quando achamos livros e perdemo-nos quando os esquecemos.

Nunca tinha lido nada deste autor, apesar de já ter ouvido falar bastante dele. Com este conto não fiquei com vontade de ler outras obras dele.

Uma escrita demasiadamente complicada, utilizando palavras completamente desconhecidas para a grande maioria dos leitores que acabam por criar obstáculos á continuidade da história.

Para mim um escritor deve criar um elo com um leitor, deve escrever de forma a cativar e a aproximar-se do publico que procura nas suas obras uma história que o prenda e que o faça integrar-se nos seus meandros. Neste conto isso não acontece, na minha opinião, o leitor perde-se  na linguagem, procura avançar para tropeçar logo em seguida novamente.

A história que tem um bom início, o encontro da biblioteca do pai, se bem que por um motivo mais materialista, acaba por cativar o filho a conhecer o mundo dos livros, as suas histórias, a conhecer também um pouco mais  do seu pai. Ler e perceber o valor que ali tem, leva-o no entanto a tomar uma medida que acaba por contrariar esta sua descoberta. Ou seja esconde os livros de tal forma que nunca mais os poderá folhear, o que para quem descobre o gosto pela leitura, parece-me um pouco estranho.

Ma o que me leva a não gostar deste conto, é mesmo a escrita demasiadamente complexa, sem qualquer necessidade de o ser.
Nota: 2/5


Mário Carvalho – A porrada



Sinopse: Um bom amigo, de estirpes vetustas, fundadoras da Pátria, ou lá perto, contou-me que um fidalgo seu familiar, em certas noites, saía de casa só para a pancadaria.

Conto muito pobre. A história, se é que há história, gira em volta de um casal, da aristocracia portuguesa, em que todas as quintas-feiras, o marido sai de casa para passar um serão entre bebida e pancadaria. Não se entende muito bem o porquê, nem se desenvolve nenhuma ideia no texto.

Esperava mais de um escritor que já conheço e do qual já li várias obras: “Um Deus passeando pela Brisa da Tarde” , “A Inaudita Guerra da Avenida Gago Coutinho” e “Contos vagabundos”.

Para quem não conhece as obras de Mário Carvalho, espero que não se fique por este conto que não recomendo.
Nota : 2/5


Patrícia Portela  - Monólogo do Oriente


Sinopse: Era um sonho que eu tinha, ir à Escócia com a Elsa, íamos os dois de carro, atravessávamos o canal, apanhávamos um ferry, e depois outro, íamos juntos, a Elsa também tinha uma cena com a Escócia, falávamos os dois inglês, e íamos juntos, no verão, já estava tudo combinado, chegávamos lá no dia 8 de agosto, no dia do meu aniversário (...) mas depois, em maio, a Elsa acabou comigo depois de 12 anos juntos, saiu de casa, disse que estava confusa e que não se conseguia decidir e que por isso se ia embora. Nunca mais a vi.

Uma autora que não conhecia, um conto engraçado e divertido.  É verdadeiramente um monólogo, daqueles em que o nosso pensamento salta sucessivamente de problema em problema, sem parar de ritmo ou sem pausas pelo meio.

Muito real, leva-nos a pensar quantas vezes desejamos algo e que depois os nossos pensamentos nos levam a questionar tudo e acabamos por resolver algo completamente diferente da ideia inicial. A ansiedade, a hesitação, o medo do desconhecido levam a que as ideias se percam, e que os sonhos nunca se concretizem.

A escrita é fluida como é o pensamento, simples e directa. Recomendo.
Nota : 3,8/5


quinta-feira, 7 de março de 2013

O Livro das Lendas – Selma Lagerlöf




Sinopse:
Nos seus livros de contos, onde se inclui O Livro das Lendas, Selma Lagerlöf frequentemente confunde a fronteira entre sonhos e realidade.
Este título publicado originalmente em 1908, é composto pelos seguintes contos: “A Lenda de uma Divida”, “A Rapariga do Brejo Grande”, “A Mina de Prata”, “A Lenda da Rosa do Natal”, “A Marcha nupcial”, ”O Violinista”, “Uma Lenda de Jerusalém”, “Porque durou tanto o Papa” e “O Balão”.



Selma Lagerlöf apresenta neste livro um conjunto de contos escritos de uma forma simples e natural, em que as lendas e o folclore das regiões suecas se misturam com a vida diária das personagens, de uma forma sublime.

São contos agradáveis de ler, escrita fácil mas cuidada que relatam a vida em Vermlândia, província sueca onde Selma Lagerlöf passou a sua infância. As personagens são bem construídas e muito bem enquadradas no meio rural do início do século XX, revelando um misto de crença religiosa que se interliga com as crendices populares de um mundo muito rural.

No entanto, todas as histórias têm por trás algo mágico, um ténue véu que abre as portas ao mundo fantástico, deixando-o entrar de mansinho.“E pensa em todas as velhas narradoras de contos que habitam nas cabanas cinzentas à entrada da floresta e que me contavam tantas histórias do Neck, dos feiticeiros e das virgens roubadas pelo Troll. Foram elas, sem dúvida, que me ensinaram a traduzir a poesia da dura montanha e da floresta escura” (Excerto do conto "A lenda de uma divida")

No prefácio da edição portuguesa (2012), Paulo Arinos refere o seguinte: “ O poder de sedução de Selma Lagerlöf não reside propriamente na descoberta e personalização desses impulsos eternos que escravizam os homens. Está, sim, na sua extraordinária intuição analítica. O homem moderno, na sua dolorosa complexidade, deixou de ser a encarnação específica desta ou daquela tendência. Produto de mil avatares, traz na vida obscura das células todos os compromissos imagináveis com as potências intermédias entre o bem e o mal. Disputado ao mesmo tempo por atavismos contraditórios, toda a sua tortura se resume na eterna oscilação entre os extremos que o solicitam e o tentam. É então que ele reclama a assistência dos espíritos superiores. Selma Lagerlöf, desvendando o mistério das grandes tendências e a cada uma dando uma realidade distinta, vem colocar o Homem diante de si próprio, não já no seu complexo intraduzível, mas nas peças fundamentais que formam o seu carácter  Daí o fascínio com que a grande escritora vem exercendo sobre gerações e gerações.”