Naquela noite o céu estava cheio
de estrelas, podiam-se ver todas as constelações. Eu, com a mão enfiada na
grande mão do meu pai, ouvia-o extasiada. Ele sabia todas as histórias daquele
céu iluminado de pequenos pontos brilhantes no espaço.
- Vês, ali está a … - e esperava
que eu completasse
-Ursa Maior, essa eu já conheço!
– dizia, inchada com a minha sabedoria. – Conta a história outra vez, por
favor.
Ele ria-se, porque já contara
aquela história montes de vezes. Mas eu gostava de ouvir a sua voz forte, na
noite, transportando-me para bem longe, algures no firmamento, onde aquelas
estrelas brilhantes se transformavam em deuses e deusas que povoavam o meu
imaginário.
Tudo estava silencioso, quando a
sua voz soou bem junto de mim. Encostei-me e ele passou o seu braço por cima
dos meus ombros, puxando-me para junto dele.
- Há muito, muito tempo… -
começava ele.
- Tanto tempo, que os seres
humanos já esqueceram que os Deuses habitavam entre nós. – continuava eu, com a
minha voz infantil.
- Sim, eram tempos magníficos,
esses. Os Deuses eram caprichosos, e gostavam de ser idolatrados, mas o mundo
era pacífico e a vida bela. Quis o destino que Zeus, o Deus dos céus e do trovão,
o pai de todos os Deuses e dos Homens, segundo os povos gregos da altura, encontrasse
Calisto, a bela ninfa dos bosques e companheira de Artemis, e se apaixonasse
por ela.
- Artemis – continuava eu,
falando da minha deusa favorita – era a deusa da vida selvagem e da caça.
Dizia-se que era a mais pura das deusas, irmã gémea de Apolo, deus do Sol e da
verdade. Era filha de Zeus e recebeu um presente dele que era um arco, flechas
e uma lira em prata. O seu pai concedeu-lhe o título de rainha dos bosques e
deu-lhe uma corte de ninfas, onde qualquer mulher ou rapariga poderia pertencer,
desde que lhe fizesse um juramento de fidelidade e não mais ligar aos homens,
quem fosse caçadora de Artemis ganhava a imortalidade.
O meu pai sorria docemente e
continuava:
- Pois é como contas, Calisto era
uma das ninfas de Artemis. Zeus tinha muitos filhos de muitas mulheres,
apaixonava-se facilmente, mas quando conheceu Calisto ficou apaixonado pela sua
beleza e para se aproximar dela, fingiu ser Artemis. Desta união, nasceu um
filho a quem puseram o nome de Arcas. No entanto Hera, esposa de Zeus ficou tão
zangada que transformou Calisto numa ursa, afastando-a para sempre do seu
filho. Anos mais tarde, encontraram-se e cheia de saudades Calisto quis abraçar
Arcas, no entanto este pensando que iria ser atacado por uma ursa gigantesca
preparou-se para a matar. Zeus ao ver a situação criada entre mãe e filho,
interveio e conseguiu impedir o assassino de Calisto, transformando o filho num
pequeno urso e colocou-os nos céus. Hera não satisfeita, empurrou-os para junto
do polo norte onde as estrelas são sempre visíveis. Desta forma nunca mais
teriam descanso.
Eu não me cansava de ouvir esta
história, pois adorava Artemis e sonhava que era uma das ninfas que a
acompanhava por todos os recantos dos bosques e prados sob a luz prateada da
Lua.
Este texto foi escrito por mim, com base na informação e imagem disponível em
Gosto muito desta lenda, das mais bonitas do Zodíaco :)
ResponderEliminarÉ fantástico como todos os elementos se misturam e contam uma história ;)
Boa partilha...
beijinhos amiga do coração
Obrigado pelas tuas palavras Carla
ResponderEliminarSão lendas agradáveis e bonitas, que devem ser divulgadas.
Fico contente que tenhas gostado
Beijinhos
Oi São,
ResponderEliminarVim aqui te avisar q há um selo no meu blog aguardando vc,
bjs e boas leituras!!!
Obrigado Amanda, vou lá ver :D
EliminarBjs
Olá Caminhante,
ResponderEliminarOlha que interessante, gostei de ler o texto, aprendemos sempre algo novo ;)
Bjs
Olá Fiacha
Eliminaré verdade, para o que me havia de dar :)
há lendas muito engraçadas, nas coisas mais evidentes, que nós não fazemos ideia e desconhecemos por completo.
Bjs