A Viagem ao País da Manhã - Hermann Hesse
Sinopse:
"O presente livro de Hermann Hesse leva-nos rumo ao País da
Manhã, que não é “algo meramente geográfico, mas a Terra-Mãe e a Juventude da
alma, (…) o ubíquo e o nenhures (…) a unificação de todos os tempos “. Ao longo
de uma caminhada iniciática e simbólica, acompanhamos o narrados-autor na sua
tentativa de contar uma aventura outrora vivida e que agora se transforma num
percurso misterioso de descoberta do seu destino e da sua identidade, em união
com um todo universal e infinito.
Esta pequena história , escrita em 1930-31, revela-se então,
sobretudo, como uma reflexão sobre a escrita, mas também como observação dos
desafios, desvios e iluminações da existência humana, numa peregrinação
interior que busca a pureza da infância, a Unidade e a Luz.
Aludindo a outras obras e mesmo a dados biográficos do
Autor, assim como a condições históricas
muito precisas (avizinhava-se o Terceiro Reich…), Viagem ao País da Manhã
condensa em si os elementos fundamentais de toda a sua poética e torna-se
assim, um percurso no labirinto da própria escrita de Hesse, cuja beleza e
mestria foram premiadas em 1946 com o Prémio Nobel da Literatura."
Um desfecho inesperado leva-o a querer escrever esta
aventura simbólica de descobrimento do
ser humano, tarefa que, no entanto, vê dificultada pela obrigatoriedade de
manter secretas as cláusulas da Ordem. Esta tentativa leva-o novamente ao
encontro da autenticidade, da pureza do espírito e da união com o todo
universal.
A escrita e a estrutura da obra levam-nos a crer que estamos
perante uma lenda antiga.Por vezes o texto transborda de frases simples e
imagens coerentes que rapidamente passam a ideias confusas e complexas,
poéticas e mesmo intransigentes. São as dúvidas
existenciais que assaltam a mente humana e que levam a uma incessante e
eterna busca do conhecimento pessoal.
É um livro de leitura agradável, encantador e cheio de
simbologias.
Deixo-vos um pequeno trecho:
“Entre as
particularidades da Viagem ao País da Manhã também constava o facto de a Ordem perseguir
com esta caminhada fins bem determinados e muito elevados (estes pertencem à
esfera do segredo, não sendo portanto, comunicáveis), podendo, no entanto, cada
um dos participantes ter o seu próprio objectivo-destino, sim, devendo mesmo tê-lo,
porque não se levava ninguém que não fosse motivado por objectivos pessoais. E
cada um de nós, parecendo seguir ideais e fins comuns e lutar sob uma mesma
bandeira, levava individualmente no seu coração, como força mais intima e último
consolo, o seu próprio sonho louco de infância. No que diz respeito ao meu
próprio objectivo e destino de viajem, sobre o qual tinha sido interrogado pela
Cátedra Suprema antes da minha admissão, era de natureza simples, ao passo que
alguns outros irmãos se tinham colocados objectivos, que eu podia,
evidentemente, respeitar bastante, mas não entender plenamente. Um, por
exemplo, procurava tesouros e não tinha outra coisa na mente senão a conquista
de um tesouro sublime, que ele chamava de “Tao”, um outro, no entanto, tinha
mesmo metido na cabeça capturar uma certa serpente, á qual ele conferia poderes
mágicos e que se chamava Kundalini. Em contrapartida, o meu próprio objectivo
de viagem e vida, que já desde os anos tardios da adolescência se me
apresentara em sonhos, era o seguinte: ver a bela princesa Fatme e, porventura conquistar
o seu amor.”
Nota - 7/10
Nota - 7/10
Olá amiga caminhante,
ResponderEliminarGostei de ler a tua critica, penso que este tipo de livro é mesmo o tipico do escritor, a procura do conhecimento do homem, uma viagem pela vida em busca de nos conhecermos melhor, deve ser mais uma leitura agradavel sem duvida este livro ;)
PS: Aqui te deixo uma sugestão, podias atribuir uma nota ao livro por exemplo 5/7 ou outra escala ao teu gosto, mas é só uma sugestão.
Continuação de boas leituras *A que brilha*
BJS
Tens razão posso de facto atribuir uma nota aos livros que vou lendo. Não gosto da escala do GR de 1 a 5, mas penso talvez numa escala de 1 a 10, que dá para fazer equivalência ao que pontuo lá.
ResponderEliminarLeitura de facto agradável.
Agora uma pausa em temas filosóficos e parto para a leitura conjunta :)
Boas leituras para ti também
Bjs
Boa fazes bem quando atribuires uma nota muito baixa nem me vou dar ao trabalho de ler, estou a brincar claro :D
ResponderEliminarSim convém rimos lendo coisas diferentes, lá está alargar horizontes ;)
A nota que dei a este livro, tem um pouco a ver com outros livros deste autor, que como sabes eu gosto bastante.
ResponderEliminarApesar de ter gostado deste, comparativamente tive de lhe dar esta nota.
Quando tiver um livro com nota muito baixa, podes acreditar que comentarei a razão pela qual dei a nota.
E eu posso não gostar de um livro que outros gostam....