Nana, que já foi um gato de rua, anda em viagem pelo Japão, mas desconhece para onde. O importante é que está sentado no banco da frente da carrinha, ao lado de Satoru, o seu querido dono. Satoru decidiu empreender esta viagem para visitar três amigos de juventude.
Qual o motivo da viagem? Nana não sabe.
Como reagirá o seu coração quando descobrir?
Com o pano de fundo da deslumbrante paisagem japonesa e narrado em vozes alternadas com uma rara subtileza e sentido de humor, a história de Nana é sobre a solidão, o valor da amizade e o saber dar e receber.
Um livro que tem conquistado e emocionado leitores de todo o mundo através da sua mensagem de bondade e sinceridade, revelando como os atos de amor podem transformar as nossas vidas. Por vezes, é necessário fazermos uma longa viagem para descobrirmos e conhecermos melhor aqueles que estão mais perto de nós.
Opinião
Quando descobri este livro à venda, pensei logo em adquiri-lo, por vários motivos : pelo Japão (país que me fascina), pela viagem (gosto imenso de livros sobre viagens) e sobretudo pelo facto de ser a história de um gato que viaja pelo Japão e que vai comentando sobre o que vê, quer na paisagem por onde passa, quer nos sentimentos das pessoas que vai conhecendo.
É claro que uma boa amiga pensou o mesmo que eu, assim que o viu pensou que era a prenda ideal para me oferecer no Natal … (obrigada )
Pois bem, quando o comecei a ler, confesso que fiquei um pouco desapontada, talvez porque tinha as minhas expectativas muito altas. A escrita é bastante simples, o que proporciona uma leitura “fácil” e a historia que se desenrolava diante dos meus olhos nada tinha de especial, um homem jovem que tem um gato, apanhado da rua, e que resolve viajar (por um motivo que, inicialmente, não se sabe qual é ) e leva o gato consigo.
A narrativa desenvolve-se através de dois narradores, um na terceira pessoa que vai contando os acontecimentos e o desenvolvimento da viagem e e o outro na primeira pessoa, ou seja do ponto de vista do gato, onde este comenta sobre o relacionamento humano-gato. Um gato bastante observador e humorista, o que torna a narrativa divertida.
Assim, vamos lendo página a página, sorrindo pelas expressões e opiniões de Nana e rapidamente percebemos que, por detrás desta narrativa simples e divertida, há muito mais.
Os sentimentos de amizade que ligam os jovens na escola, no secundário, na faculdade e que perduram para toda a vida, as marcas, boas e más, que a vida nos vai deixando e que vão contribuir para a nossa formação e o nosso carácter enquanto adultos são tudo facetas presentes nestas páginas.
A pouco e pouco vamos começando a perceber o porquê desta viagem, e o que move Satoru e Nana pelas terras do Japão, e o final chega de uma forma dura e comovente, como a demonstração do verdadeiro sentido da amizade.
E se no inicio me sentia um pouco desapontada como já referi, mas página a página Hiro Arikawa conquistou-me, levando-me a pensar, a querer ler mais e sentir que há muito que não lia um livro tão comovente.
Recomendo a qualquer leitor e imprescindível para quem gosta de gatos, para quem, como eu, gosta de perceber o que estes felinos pensam e sentem em relação à alma humana, ao valor da amizade dono-gato.
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