SINOPSE
Sombra, acabado de sair da prisão, aceita trabalhar para um estranho, o Sr. Quarta-Feira, que não é nada mais nada menos que a encarnação de um deus antigo. Por estarem a ser ultrapassados por ídolos modernos, os deuses antigos encontram-se em vias de extinção, e Sombra e Quarta-Feira têm de reunir o maior número de divindades para se prepararem para o conflito iminente que paira no horizonte. Mas esperam-nos inúmeras surpresas… Bestseller distinguido com diversos prémios, Deuses Americanos é uma aventura onde o mágico e o mundano, o mito e o real, caminham lado a lado, levando-nos numa viagem repleta de humor ao extraordinário potencial da imaginação humana.
Opinião
Há muito tempo que andava para ler este livro por diversas razões, porque o seu título me despertou a curiosidade, porque já tinha ouvido falar bastante do mesmo e sobretudo porque gosto imenso dos livros de Neil Gaiman.
Os Estados Unidos da América é um país onde coabitam povos de diversas origens, ou seja, cujos antepassados partiram dos diferentes continentes à procura do novo mundo e de uma vida melhor. Os escravos, emigrantes e todos aqueles que desembarcaram neste vasto território, todos eles levaram na sua bagagem as suas tradições, costumes e os seus deuses...
Paralelamente os próprios habitantes, as várias tribos de índios, tinham a sua cultura e as suas divindades muito próprias.
Assim, por detrás das várias personagens que povoam este livro podemos encontrar relações com a mitologia nórdica, africana, egípcia, hindu e muitas outras. Os seus “velhos deuses” que se encontram adormecidos e espalhados pelas cidades americanas, arrumados nos fundos dos velhos baús, vão ser chamados a travar uma batalha com aqueles que são os novos deuses deste país “super evoluído”.
Mais do que um confronto entre deuses, Neil Gaiman, para mim, quis colocar em confronto a necessidade do ser humano em encontrar a sua razão de viver na busca de entidades “divinas” ou sobrenaturais, ou em questões materialistas e em evoluções tecnológicas.
O escritor apresenta-nos uma “road-trip” pelo mundo estadunidense, onde pretende circunstanciar o desenvolvimento da sua história na chamada sociedade de informação, da evolução e do apogeu tecnológico, mas que ao mesmo tempo se caracteriza pela efemeridade e pela descrença total.
O leitor por sua vez vai fazendo a sua própria viagem, página a página, pela mão de Shadow e o seu patrão, Sr. Wednesday, assim como a deusa Easter, e muitos outros. E penso que é precisamente esta viagem que Gaiman quer que façamos, que procuremos em nós próprios “o que nos move” e para onde queremos ir.
Uma leitura interessante, não deixa de ser um livro curioso, no entanto confesso que do que li até hoje, este não é, para mim, o melhor livro de Neil Gaiman.
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