quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Emigrantes de Shaun Tan



Decidi começar os meus comentários sobre a obra de Shaun Tan, pelo livro, no original The Arrival, porque foi aquele que me apresentou a Shaun Tan. 

 Editado em 2006, The Arrival foi vencedor do Prémio da Melhor Banda Desenhada no Festival de Angoulême de 2007.

Em Portugal saiu pelas mãos da Kalandraka, em 2011, com o título de “Emigrantes”.

De capa castanha, imitando um álbum de fotografias antigo, que nos obriga a repensar o tempo presente, deparamo-nos com 128 páginas a sépia,  que nos transportam para um mundo mágico. 




Uma história sem palavras, paginas cheias de imagens, espectacularmente desenhadas a grafite e detalhadamente trabalhadas, que nos contam a vida de quem deixa a sua terra para procurar uma nova vida em outro lugar, deixando para trás a família, os amigos, e todos os anos da sua existência. 








Como tantos portugueses, outrora fizeram (e agora cada vez mais novamente) o personagem principal desta história, caminha à descoberta de uma cultura diferente. 












É fácil identificarmos, nas imagens, (o adulto) ligações a realidades passadas, como a chegada, de barco, dos emigrantes europeus a Nova Iorque, a perseguição dos nazis aos judeus na Europa.








Classificado como um livro infantil, pode, na minha opinião, ser “lido” sob vários níveis. Como todas as obras de Shaun Tan, também esta é melancólica, mas que nos toca de uma maneira diferente, consoante a nossa vivência ou idade. 







As imagens alternadas, quer em tamanho quer em pormenores, também contribuem para a criação de ritmos diferentes de leitura e de percepção.










O desenho, é a “palavra-chave” nesta belíssima crónica. Shaun conta-nos a história através das suas imagens fantásticas, criando um elo de comunicação connosco ao mesmo tempo que cria o desenho para que o seu protagonista possa comunicar com os habitantes desse novo país (cuja língua é diferente da dele).








Os desenhos de Shaun Tan são intensos, fugindo à realidade pela sua estranheza, mas que, por essa mesma razão transmitem-nos as emoções profundas e os medos que o desconhecido e a solidão provocam no ser humano. 



Um livro para nos sentarmos junto das crianças e com elas percorrer as páginas, perdendo-nos em cada pormenor, em cada detalhe, em cada fantasia…



Um livro para ler e pensar…




Um livro para deslizar o nosso olhar pelas maravilhosas imagens de Shaun Tan, uma vez... e outra....e outra....






2 comentários:

  1. Ois Caminhante,

    Parece-me bem giro e acredito que os seus desenhos nos deixem a refletir, excelente ;)

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    1. Nem o meu comentário, nem as imagens que aqui coloco, fazem uma correcta homenagem ao trabalho desenvolvido por Shaun Tan neste livro. São espantosas as imagens.
      Daqueles livros que queremos guardar para "ler" uma, duas, três e quantas mais vezes.
      Há sempre coisas novas que não se viram anteriormente.
      Bjs

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