Sinopse:
Lince teria uma vida relativamente despreocupada se não fosse a pequena questão de ser perseguido por assassinos, e tudo só porque chateou certas pessoas por ter testemunhado algo que não devia. Felizmente, os corvos avisavam Lince sempre que um assassino se aproximava. Infelizmente, os corvos não o ajudavam a escapar. Uma boa maneira de matar um assassino é tornar-se um assassino melhor. Pelo menos, foi o que Lince pensou.
Confesso muito sinceramente que foi dos contos de Manuel Alves, o que menos gostei (dos que li até agora). No entanto, deixem-me referir que este meu primeiro comentário baseia-se apenas no meu gosto pessoal, sobre o tema do conto e nada mais.
De resto, é mais um conto que mostra bem a versatilidade do autor, nos temas escolhidos e na excelente adequação dos estilos e linguagem escrita aos mesmos.
Recheado de uma certa dose de humor negro do início ao fim, bem como as expressões irónicas e sarcásticas que povoam os diálogos entre Lince e os seus opositores levam-nos a sorrir ao longo de todo o texto. Uma leitura fácil e agradável.
Ficam, no entanto, um conjunto de pontas soltas: o que terá levado a este “herói” do deserto ser tão perseguido pelos assassinos e se bem que o final parece claro , será que o sabemos mesmo?
É verdade que o facto de estas pontas ficarem misteriosamente escondidas, dão alguma graça e curiosidade que nos leva a ler com gosto todo o conto. Se tudo se conhecesse sobre este personagem e sobre o seu destino, não cativaria tanto, na minha opinião. É o tamanho certo , com a informação certa para o meu gosto, claro.
Resumindo, apesar de como referi, não ser um tema que me agrade particularmente, reconheço que está muito bem escrito, com uma mistura de ingredientes que o tornam interessante e divertido. Passei um bom momento, com a sua leitura.
Este conto pode ser encontrado gratuitamente, pelo menos até à data, em https://www.smashwords.com/books/view/256021
Ora eu estou na outra ponta, foi um dos que mais gostei, muito por culpa do humor negro que eu tanto adoro (até ando a reler-lo). Compreendo que se fique curioso, eu também fiquei, mas como dizes até acaba por dar alguma graça e o facto de não sabermos tudo não é obrigatório para a compreensão do conto, alias quem sabe se saber mais não iria "estragar" a historia, mas tenho duvidadas que o Manuel Alves conseguisse fazer isso.
ResponderEliminarNão sei, poderia não estragar, no verdadeiro sentido da palavra, mas tirava algum interesse à história na minha opinião, porque ficaria tudo demasiado óbvio.
EliminarSó mais uma coisa é bom ver que apesar de não teres gostado do conto por ai e além tenhas reparado na qualidade da escrita, algo que muitas vezes é negligenciado, diz que não se gosta, mas não se diz que a escrita é bom ou má, por isso os meus parabéns ;)
ResponderEliminarSe algum dia fizer isso "puxa-me" as orelhas :D
Obrigado Marco, tento sempre alhear-me do meu gosto pessoal e tentar ver uma obra pelo seu valor e comentá-la neste sentido. Nem sempre é fácil, mas tento sempre fazê-lo.
EliminarNão me sinto obrigada a gostar de tudo o que os outros gostam, nem os outros têm de gostar do que eu gosto, Felizmente somos todos diferentes (e todos iguais!!) e podemos diversificar nos nossos gostos.
Mas reconhecer o valor de algo é importante.
Combinado quanto ao "puxão" de orelhas :D
Olá,
ResponderEliminarDepois de já ter lido tantos comentários dos contos do Manuel, de inclusivamente ter adorado o que li dele, pergunto-me por vezes como é possivel ainda não ter lido amis nada.
Penso que tenho que dedicar um mês só a alguns escritores nacionais, Afonso Cruz incluido, pois parece-me que ando a perder boas coisas.
Este parece-me que me ia agradar, ou não tivesse corvos envolvidos :D
Bjs e boas leituras :)
Sim, Fiacha, parece-me que irás gostar bastante deste, tem tudo para gostares e vais ver que o lês num instante. Apenas vinte e poucas folhas bem divertidas e cheia de corvos, eh eh
EliminarConcordo contigo : um mês dedicado a escritores portugueses era uma excelente ideia para ti e para muita gente :)
Bjs e boas leituras
Ok bem que podias ter colocado o link *assobio*
ResponderEliminarSim e lia também o João Aguiar :D